sexta-feira, 25 de setembro de 2009

NoViDaDe

Olá...boa noite...
ja postei sobre o gene halotano hoje...quer dizer...ontem pq ja passou da meia noite (01:25 embora o editor do blogger diga outra coisa hehe) mas como ainda não dormi e acordei, ainda é hoje...hehe

Voltando...ja postei hoje mas, estava eu aqui em plena sexta-feira a noite procurando alguma coisa interessante para abordar no meu trabalho de Melhoramento que precisa estar pronto pra terça e achei uma reportagem sobre sêmen sexado...bom na verdade não é bem o sêmen sexado e sim o novo SÊMEN REVERSO, onde os espermatozóides X e Y são separados a partir de doses congeladas e com isso é possível escolher o sexo da progênie de um touro que não produza mais sêmen ou que já tenha morrido...achei bem legal isso...ai vai a reportagem então...



Centrais de inseminação ampliam o leque de opções ao produtor

Atentas aos diferentes nichos de mercado, as centrais de inseminação investem cada vez mais na diversificação de seus produtos. Além do sêmen convencional, os catálogos trazem ofertas de doses de sêmen sexado e uma novidade que chegou ao País recentemente - o sêmen reverso. É possível ainda adquirir uma combinação de ejaculados de reprodutores diferentes dentro de uma mesma dose. São diferentes opções para escolha do sêmen.


Presente nos rebanhos desde 2004, ano em que chegou ao País a tecnologia que permite a separação entre gametas feminino e masculino, o sêmen sexado tem consolidada a sua participação no mercado. "Em 2005 produzíamos cerca de 6.700 doses por mês. Hoje são 18.000", informa Evanil Pires de Campos Filho, diretor da Sexing Technologies Brasil, empresa que detém a patente e presta serviços de sexagem para centrais como a CRV Lagoa e a Alta Genetics.


Introduzida no País ano passado, a tecnologia do sêmen reverso consiste na separação dos espermatozóides X e Y a partir de doses congeladas, que são enviadas para o laboratório, descongeladas para posteriormente serem sexadas - no sêmen sexado, o processo é feito antes do congelamento. Graças à técnica do sêmen reverso, é possível escolher o sexo da progênie de um touro que não produza mais sêmen ou que já tenha morrido.


As novidades no mercado de sêmen vão além das doses sexadas. Quem busca compensar as perdas de fertilidade inerentes a programas de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) tem como alternativa o sêmen de "touros múltiplos", um produto que combina três ejaculados de reprodutores diferentes dentro de uma mesma dose. "A complementariedade entre os ejaculados permite um ganho na taxa de concepção de até 9%", diz Fernando Vilela, da ABS Pecplan.


Por Renato Villela


Fonte:
Portal DBO. Disponível em: http://www.portaldbo.com.br/noticias/DetalheNoticia.aspx?notid=33419


O gene da "Carne Magra"

Há umas duas semanas atrás, o Prof. Urbano estava falando sobre melhoramento genético em suínos e ele falou sobre um tal gene que pode estar presente em algumas raças suínas, afetando a qualidade da carne...achei bem interessante, daí resolvi pesquisar sobre o tal...


...GENE HALOTANO!

Um teste não invasivo, foi desenvolvido baseado em PCR-RFLP (reação em cadeia de polimerase - polimorfismos do comprimento dos fragmentos de restrição), que permite diferenciar três genótipos (HalNN, HalNn e Halnn), tornando possível fazer estudos de freqüência do gene halotano, nas diferentes raças de suínos, para que melhores estratégias de cruzamentos sejam traçadas (FUJII et al., 1991).


O gene halotano, além de determinar a maior predisposição a Síndrome do Estresse em suínos, é responsável por carcaças com maior proporção de carne magra, mas relacionado à produção de carne PSE (pálida, mole e exsudativa, do inglês: pale, soft and exudative) um problema grave para a industrialização de carnes. (Figuras: À esquerda carnes Normais e à direita carnes PSE)





Quando em homozigose recessiva (Halnn), e em menor grau em heterozigose HalNn afeta a qualidade da carne de suínos(SATHER et al., 1991), e a sua ocorrência se dá principalmente quando os mesmos são submetidos a manejos inadequados de transporte e pré-abate, afetando a cor, a textura e a capacidade de retenção de água desta carne, causando sérios prejuízos à indústria de embutidos. Além deste inconveniente, o gene da "carne magra" em heterozigose também pode estar correlacionado negativamente com a performance reprodutiva das fêmeas suínas diminuindo o número das leitegadas das mesmas.


O genótipo halotano é o fator predominante na determinação da qualidade da carne em relação à condição PSE. Através das análises de pH inicial, refletância e perda de líquido, suínos recessivos para o gene halotano (Halnn) foram sempre diferentes significativamente dos heterozigotos (HalNn) e dos normais (HalNN). O pH inicial e a perda de líquido por gotejamento, dos suínos do genótipo halotano HalNn e HalNN diferiram significativamente, sendo o pH inicial mais baixo nos suínos heterozigotos (HalNn) cuja carne também apresentou maior perda de líquido. A carne de suínos heterozigotos (HalNn) e homozigotos recessivos (Halnn) caracteriza-se pela baixa retenção de água, e cor pálida quando comparada com a de suínos normais (HalNN) (LUNDSTRÖM et al., 1989; SIMPSON & WEBB, 1989; RUSSO et al., 1994; De SMET et al., 1996 e 1998; SATHER & JONES, 1996).


Verificou-se, analisando o efeito do genótipo halotano, que suínos halotano positivos apresentaram carcaça com maior porcentagem de carne, porém com qualidade de carne inferior quando comparados com suínos halotano negativos (De SMET et al., 1995; TAM et al., 1998).


Estudos de genética clássica, conduzidos com progênies oriundas do cruzamento entre raças musculosas, mostram que a característica de musculosidade está ligada à susceptibilidade do suíno a apresentar rigidez muscular quando submetido ao anestésico inalatório halotano. Baseado nesta evidência, os geneticistas desenvolveram um teste, com o anestésico halotano, que permite a separação dos animais em susceptíveis ou não, em relação à anestesia por este gás, o que levou os pesquisadores a batizarem este gene de gene Hal. Como os animais heterozigotos e homozigotos dominantes exibem o mesmo fenótipo (não susceptibilidade ao teste), esta característica herdável é do tipo autossômica recessiva, o que força os geneticistas a testarem os filhos dos animais não-reagentes, para conhecer o verdadeiro genótipo dos pais, em um cruzamento com um animal sabidamente recessivo, gastando tempo, atrasando a seleção e o melhoramento genético, ou a aplicarem técnicas e conhecimentos de biotecnologia, como o método PCR-RFLP, que são bem mais rápidos dando ganho de tempo à seleção e ao melhoramento. Lançando mão do método PCR-RFLP pode-se constatar, com excelente precisão, a relação do gene Hal com uma maior ocorrência de carne magra e uma menor espessura do toucinho.

ESTRATÉGIAS VIÁVEIS

Diante dos fatos, o que resta saber são quais procedimentos os suinocultores devem tomar com relação a este gene. Partindo do princípio de que as carcaças de suínos no Brasil ainda não alcançaram, em média, um ótimo rendimento de "carne magra", quando comparado a outros países de suinocultura forte, com exemplo à Dinamarca e EUA.


Uma boa estratégia para a suinocultura brasileira com relação a este gene é a manutenção do mesmo nas raças onde sua freqüência é bastante alta, utilizando-as como "raças-pai", buscando implementar um incremento na taxa de crescimento e ganho de peso em carne magra e ao mesmo tempo eliminar completamente o gene das "raças-mãe", beneficiando-se da complementaridade e explorando os híbridos provenientes do cruzamento entre elas.


Um bom exemplo de raça que pode ser usada como “raça pai” é a Pietrain e de raças que tem bom potencial para “raça mãe” são a Large White e Landrace, é o que pode - se comprovar observando as freqüências genotípicas das respectivas raças.


Explorar híbridos provenientes do cruzamento entre essas raças mostra-se uma alternativa viável para os produtores. É o que comprovam trabalhos conduzidos na Universidade Federal de Uberlândia onde se verifica que os suínos heterozigotos, para o gene da “carne magra”, são superiores aos homozigotos normais, quanto à composição da carcaça, produzindo carcaças com maior deposição de músculos e menor deposição de gordura, além de apresentar menos P.S.E. em relação aos animais homozigotos recessivos, e finalmente chegando a produzir 1,5% mais carne que os animais normais, mostrando vantagens do ponto de vista econômico.



Fontes:

  1. CULAU, Paulete de Oliveira Vargas et al . A CONTRIBUIÇÃO DO GENE HALOTANO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DE QUALIDADE DA CARNE SUÍNA. Cienc. Rural, Santa Maria, v. 32, n. 1, Feb. 2002 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextpid=S0103-84782002000100020&lng=en&nrm=iso . acessado em 25 Set. 2009. doi: 10.1590/S0103-84782002000100020.
  2. Melhoramento Genético dos Suínos. Disponível em: http://www.ufv.br/dbg/trab2002/MELHOR/MHR014.htm