domingo, 6 de dezembro de 2009

Ovinocultura

Pausa no estudo para a prova de melhoramento...
entrei no Donabiloca, fui até o milkpoint para ler o artigo sobre clonagem sugerido pelo Quejim (bem interessante) e comecei a dar uma olhada nos arquivos da rede Agripoint...foi então que encontrei um artigo sobre Ovinos, postado anteontem...
Na verdade é a terceira parte de um mesmo assunto que ja foi publicado nos meses anteriores pelo mesmo autor...resolvi dar uma lida nos três...e de fato achei legal para divulgar aqui aos interessados por Ovinocultura...
Ja que a Sirlei não solta as notas e eu estou aqui na expectativa de um possível exame, resolvi entrar no clima...rs

A produção de ovinos e o melhoramento genético - Parte 3

Foto Cabanha Araçá

...O presente artigo trata das estratégias utilizadas para o melhoramento genético, enfocando alguns sistemas correntemente utilizados ao redor do mundo e as características das diferentes estratégias apresentadas...

...Tradicionalmente três estratégias principais vêm sendo utilizadas nos processos de melhoramento genético:

1. Seleção entre raças e linhagens;
2. Seleção dentro de raças e linhagens; (tratada no próximo artigo)
3. Cruzamentos entre raças e linhagens; (tratada no próximo artigo)

Para obter sucesso em qualquer estratégia de seleção é importante ter uma ideia bem estabelecida de quais são as características de interesse economicamente importantes. Então, é lógico optar por mais apropriadas raças ou cruzamentos que possam promover o melhor desempenho para tais características. Além disso, a disponibilidade de informações sobre desempenho (crescimento, qualidade de carne, habilidade reprodutiva e etc.), disponibilidade de estrutura física e financeira, demanda de mercado e preferências pessoais, também são determinantes para a determinação da genética a ser utilizada.

A estrutura dos rebanhos de animais de produção em países onde a ovinocultura é desenvolvida pode ser representada como a conhecida figura abaixo:

Neste modelo esquemático temos os diferentes papéis ou funções bem estabelecidos para cada grupo, de maneira que o fluxo genético percorre o caminho descendente e os aspectos de seleção são priorizados nas camadas superiores (rebanhos elite e multiplicadores) alcançando os rebanhos comerciais por mérito produtivo. Tradicionalmente, grande status tem sido atribuído para animais oficialmente registrados. Em muitos casos estes animais possuem um valor agregado muito superior aos animais não registrados, porém, tal fato não infere que os mesmos possuam alto mérito genético para produção...


...1. Seleção entre raças e linhagens

Este tipo de estratégia de seleção pode causar rápidas e expressivas mudanças nos rebanhos se houver grandes diferenças genéticas para características de importância econômica entre os rebanhos. No entanto, estas mudanças ocorrem geralmente no primeiro cruzamento, devido ao efeito da heterose ou vigor híbrido, ao contrário do melhoramento imposto pela seleção dentro de uma raça ou linhagem. De qualquer maneira uma vez definidos os objetivos de seleção, é possível sim elevar rapidamente o desempenho de um rebanho à partir do cruzamento entre raças ou linhagens com habilidades específicas.

Se as fêmeas de reposição são produzidas na propriedade, então a composição de todo o rebanho pode ser direcionada gradualmente para uma nova raça ou linhagem, ou ainda estabilizada em certa proporção de ambas a fim de se obter o melhor desempenho produtivo e econômico do rebanho...

...O mais importante critério na escolha de determinada raça, linhagem ou cruzamento é que tal escolha seja embasada em dados produtivos objetivos e de importância econômica através de comparações de desempenho em ambiente adequado, ou seja, aquele a que o rebanho é submetido constantemente. Existem alguns exemplos de fracasso quando esta regra é desconsiderada.

A conhecida expressão interação genótipo x ambiente ou interação raça x sistema de produção significa que os genótipos nem sempre apresentam o mesmo desempenho em ambientes diferentes, ou que as vantagens de uma determinada raça ou linhagem podem ser menos significativas ou mesmo mais significativas de acordo com os efeitos ambientais. Assim, um grande avanço no melhoramento genético foi obtido à partir do momento que se iniciaram as comparações de performance de diferentes genótipos (raças, linhagens, cruzamentos ou animais de diferentes mérito genéticos dentro de uma raça) em diferentes condições ambientais (países, sistemas de produção, níveis nutricionais e etc.), auxiliando os criadores a optarem por mais apropriado material genético de acordo com cada situação em particular...

...Outro critério muito importante no momento de optarmos raças ou linhagens refere-se ao número de animais comparados. As amostras devem ser suficientemente representativas de uma população a fim de promover uma avaliação criteriosa e eficiente. Em outras palavras, a comparação entre raças (para fins produtivos) necessita número suficiente de carneiros e ovelhas, tais animais devem ainda ser avaliados aleatoriamente ou de maneira equilibrar a amostragem em diferentes rebanhos, origens e exemplares. Tal critério é comumente negligenciado, sobretudo, quando da introdução de novas raças onde os critérios comparativos são geralmente simplistas e tendenciosos ou mesmo não objetivos.

Como regra pode-se dizer que quão maior o grau de influência genética para uma característica (ex. maior herdabilidade, proporção de efeito genético aditivo para uma determinada característica), maior o número de reprodutores que deveriam ser utilizados em uma comparação entre genótipos.


Bom...peguei alguns pontos do artigo para colocar aqui...
quem quiser ler na íntegra...este e os outros dois anteriores, eis os links:

Parte1- http://www.farmpoint.com.br/a-producao-de-ovinos-e-o-melhoramento-genetico-no-brasil-parte-1_noticia_56598_3_24_.aspx




É isso...
vou voltar para o Melhoramento...porque Ovinos...se Deus quiser vai ficar só na expectativa...
Até!

sábado, 5 de dezembro de 2009

Genômica nos programas de melhoramento genético avícola

Boa Noite...
depois de tanto tempo...(aliás...tempo ultimamente tá dificil de encontrar...mas...) vou postar um assunto que achei interessante.
Na verdade é uma parte de um trabalho científico que eu encontrei quando estava procurando referências para o meu manuscrito da revista, onde estou fazendo uma revisão sobre melhoramento genético em aves de produção como Frangos de corte e Poedeiras...
É só uma parte do artigo...que relata resumidamente formas de realizar seleção através de informações moleculares, ou seja, diretamente pelo genótipo através da utilização de marcadores moleculares capazes de encontrar genes de interesse em aves...

Então vamos lá...

...A produção de aves, tanto de corte como postura, teve um crescimento enorme no século passado. Isso foi possível devido a melhorias no manejo, nutrição, ambiente, instalações, sanidade e, principalmente, devido aos progressos obtidos pelo melhoramento genético. O grande aumento do volume de produção e a eficiência de produção por ave são atribuídos, na sua maioria, ao desenvolvimento genético das linhagens de aves (Albers e Groot, 1998).

O melhoramento tradicional, baseado na teoria da genética quantitativa, tem assegurado ganho genético contínuo de todas as características de produção em aves. A maior parte do progresso genético obtido nas características quantitativas tem sido decorrente da seleção baseada no fenótipo do animal ou na estimativa do valor genético aditivo derivado do fenótipo. Essa seleção é realizada sem o conhecimento do número e do efeito dos genes que atuam nas características de interesse. Apesar disto, as taxas de ganho genético que foram e ainda estão sendo obtidas em programas de melhoramento demostram claramente o poder do uso da genética quantitativa na seleção (Dekkers, 1999).

Entretanto, com o desenvolvimento da biotecnologia, estão sendo disponibilizadas ferramentas para elucidar o controle genético de características quantitativas complexas, como é o caso das características de produção. Dentre essas ferramentas incluem-se a identificação de regiões cromossômicas associadas a QTLs (loci que afetam características quantitativas) e mutações funcionais (causais). A genética molecular poderá então ser utilizada como complemento aos métodos tradicionalmente empregados, através da seleção assistida por marcadores (MAS), para melhorar a eficiência dos programas de melhoramento. Algumas limitações da seleção baseada
no fenótipo poderão ser parcialmente eliminadas com o uso da informação molecular,
possibilitando a seleção diretamente pelo genótipo (DNA), resultando em uma seleção mais acurada ou precoce ou ainda de mais baixo custo (Dekkers e Hospital, 2002), dependendo da característica em questão.

Genômica é a ciência que estuda o genoma aplicado a sistemas biológicos (Lander e Weinberg, 2000). De acordo com Burt (2002), existem 4 áreas de interesse na genômica de aves: 1. Identificação e mapeamento de marcadores genéticos, 2. Mapeamento de QTL, 3. Identificação de genes candidatos e 4. Descoberta de genes.

Bom gente...como eu disse é só uma parte que resume tudo, mas o artigo completo é muito interessante...pelo menos eu achei...e para quem se interessa por esta área de avicultura vale a pena...

Site:
http://www.cnpsa.embrapa.br/genomafrango/publica/ledur.pdf

Até Mais!

Referência:

LEDUR, M.C.; BERTANI, G.R.; NONES, K. Genômica nos programas de melhoramento genético avícola . In: CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 2003, Campinas. Anais... Campinas: FACTA, 2003. p.87-105.


sexta-feira, 25 de setembro de 2009

NoViDaDe

Olá...boa noite...
ja postei sobre o gene halotano hoje...quer dizer...ontem pq ja passou da meia noite (01:25 embora o editor do blogger diga outra coisa hehe) mas como ainda não dormi e acordei, ainda é hoje...hehe

Voltando...ja postei hoje mas, estava eu aqui em plena sexta-feira a noite procurando alguma coisa interessante para abordar no meu trabalho de Melhoramento que precisa estar pronto pra terça e achei uma reportagem sobre sêmen sexado...bom na verdade não é bem o sêmen sexado e sim o novo SÊMEN REVERSO, onde os espermatozóides X e Y são separados a partir de doses congeladas e com isso é possível escolher o sexo da progênie de um touro que não produza mais sêmen ou que já tenha morrido...achei bem legal isso...ai vai a reportagem então...



Centrais de inseminação ampliam o leque de opções ao produtor

Atentas aos diferentes nichos de mercado, as centrais de inseminação investem cada vez mais na diversificação de seus produtos. Além do sêmen convencional, os catálogos trazem ofertas de doses de sêmen sexado e uma novidade que chegou ao País recentemente - o sêmen reverso. É possível ainda adquirir uma combinação de ejaculados de reprodutores diferentes dentro de uma mesma dose. São diferentes opções para escolha do sêmen.


Presente nos rebanhos desde 2004, ano em que chegou ao País a tecnologia que permite a separação entre gametas feminino e masculino, o sêmen sexado tem consolidada a sua participação no mercado. "Em 2005 produzíamos cerca de 6.700 doses por mês. Hoje são 18.000", informa Evanil Pires de Campos Filho, diretor da Sexing Technologies Brasil, empresa que detém a patente e presta serviços de sexagem para centrais como a CRV Lagoa e a Alta Genetics.


Introduzida no País ano passado, a tecnologia do sêmen reverso consiste na separação dos espermatozóides X e Y a partir de doses congeladas, que são enviadas para o laboratório, descongeladas para posteriormente serem sexadas - no sêmen sexado, o processo é feito antes do congelamento. Graças à técnica do sêmen reverso, é possível escolher o sexo da progênie de um touro que não produza mais sêmen ou que já tenha morrido.


As novidades no mercado de sêmen vão além das doses sexadas. Quem busca compensar as perdas de fertilidade inerentes a programas de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) tem como alternativa o sêmen de "touros múltiplos", um produto que combina três ejaculados de reprodutores diferentes dentro de uma mesma dose. "A complementariedade entre os ejaculados permite um ganho na taxa de concepção de até 9%", diz Fernando Vilela, da ABS Pecplan.


Por Renato Villela


Fonte:
Portal DBO. Disponível em: http://www.portaldbo.com.br/noticias/DetalheNoticia.aspx?notid=33419


O gene da "Carne Magra"

Há umas duas semanas atrás, o Prof. Urbano estava falando sobre melhoramento genético em suínos e ele falou sobre um tal gene que pode estar presente em algumas raças suínas, afetando a qualidade da carne...achei bem interessante, daí resolvi pesquisar sobre o tal...


...GENE HALOTANO!

Um teste não invasivo, foi desenvolvido baseado em PCR-RFLP (reação em cadeia de polimerase - polimorfismos do comprimento dos fragmentos de restrição), que permite diferenciar três genótipos (HalNN, HalNn e Halnn), tornando possível fazer estudos de freqüência do gene halotano, nas diferentes raças de suínos, para que melhores estratégias de cruzamentos sejam traçadas (FUJII et al., 1991).


O gene halotano, além de determinar a maior predisposição a Síndrome do Estresse em suínos, é responsável por carcaças com maior proporção de carne magra, mas relacionado à produção de carne PSE (pálida, mole e exsudativa, do inglês: pale, soft and exudative) um problema grave para a industrialização de carnes. (Figuras: À esquerda carnes Normais e à direita carnes PSE)





Quando em homozigose recessiva (Halnn), e em menor grau em heterozigose HalNn afeta a qualidade da carne de suínos(SATHER et al., 1991), e a sua ocorrência se dá principalmente quando os mesmos são submetidos a manejos inadequados de transporte e pré-abate, afetando a cor, a textura e a capacidade de retenção de água desta carne, causando sérios prejuízos à indústria de embutidos. Além deste inconveniente, o gene da "carne magra" em heterozigose também pode estar correlacionado negativamente com a performance reprodutiva das fêmeas suínas diminuindo o número das leitegadas das mesmas.


O genótipo halotano é o fator predominante na determinação da qualidade da carne em relação à condição PSE. Através das análises de pH inicial, refletância e perda de líquido, suínos recessivos para o gene halotano (Halnn) foram sempre diferentes significativamente dos heterozigotos (HalNn) e dos normais (HalNN). O pH inicial e a perda de líquido por gotejamento, dos suínos do genótipo halotano HalNn e HalNN diferiram significativamente, sendo o pH inicial mais baixo nos suínos heterozigotos (HalNn) cuja carne também apresentou maior perda de líquido. A carne de suínos heterozigotos (HalNn) e homozigotos recessivos (Halnn) caracteriza-se pela baixa retenção de água, e cor pálida quando comparada com a de suínos normais (HalNN) (LUNDSTRÖM et al., 1989; SIMPSON & WEBB, 1989; RUSSO et al., 1994; De SMET et al., 1996 e 1998; SATHER & JONES, 1996).


Verificou-se, analisando o efeito do genótipo halotano, que suínos halotano positivos apresentaram carcaça com maior porcentagem de carne, porém com qualidade de carne inferior quando comparados com suínos halotano negativos (De SMET et al., 1995; TAM et al., 1998).


Estudos de genética clássica, conduzidos com progênies oriundas do cruzamento entre raças musculosas, mostram que a característica de musculosidade está ligada à susceptibilidade do suíno a apresentar rigidez muscular quando submetido ao anestésico inalatório halotano. Baseado nesta evidência, os geneticistas desenvolveram um teste, com o anestésico halotano, que permite a separação dos animais em susceptíveis ou não, em relação à anestesia por este gás, o que levou os pesquisadores a batizarem este gene de gene Hal. Como os animais heterozigotos e homozigotos dominantes exibem o mesmo fenótipo (não susceptibilidade ao teste), esta característica herdável é do tipo autossômica recessiva, o que força os geneticistas a testarem os filhos dos animais não-reagentes, para conhecer o verdadeiro genótipo dos pais, em um cruzamento com um animal sabidamente recessivo, gastando tempo, atrasando a seleção e o melhoramento genético, ou a aplicarem técnicas e conhecimentos de biotecnologia, como o método PCR-RFLP, que são bem mais rápidos dando ganho de tempo à seleção e ao melhoramento. Lançando mão do método PCR-RFLP pode-se constatar, com excelente precisão, a relação do gene Hal com uma maior ocorrência de carne magra e uma menor espessura do toucinho.

ESTRATÉGIAS VIÁVEIS

Diante dos fatos, o que resta saber são quais procedimentos os suinocultores devem tomar com relação a este gene. Partindo do princípio de que as carcaças de suínos no Brasil ainda não alcançaram, em média, um ótimo rendimento de "carne magra", quando comparado a outros países de suinocultura forte, com exemplo à Dinamarca e EUA.


Uma boa estratégia para a suinocultura brasileira com relação a este gene é a manutenção do mesmo nas raças onde sua freqüência é bastante alta, utilizando-as como "raças-pai", buscando implementar um incremento na taxa de crescimento e ganho de peso em carne magra e ao mesmo tempo eliminar completamente o gene das "raças-mãe", beneficiando-se da complementaridade e explorando os híbridos provenientes do cruzamento entre elas.


Um bom exemplo de raça que pode ser usada como “raça pai” é a Pietrain e de raças que tem bom potencial para “raça mãe” são a Large White e Landrace, é o que pode - se comprovar observando as freqüências genotípicas das respectivas raças.


Explorar híbridos provenientes do cruzamento entre essas raças mostra-se uma alternativa viável para os produtores. É o que comprovam trabalhos conduzidos na Universidade Federal de Uberlândia onde se verifica que os suínos heterozigotos, para o gene da “carne magra”, são superiores aos homozigotos normais, quanto à composição da carcaça, produzindo carcaças com maior deposição de músculos e menor deposição de gordura, além de apresentar menos P.S.E. em relação aos animais homozigotos recessivos, e finalmente chegando a produzir 1,5% mais carne que os animais normais, mostrando vantagens do ponto de vista econômico.



Fontes:

  1. CULAU, Paulete de Oliveira Vargas et al . A CONTRIBUIÇÃO DO GENE HALOTANO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DE QUALIDADE DA CARNE SUÍNA. Cienc. Rural, Santa Maria, v. 32, n. 1, Feb. 2002 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextpid=S0103-84782002000100020&lng=en&nrm=iso . acessado em 25 Set. 2009. doi: 10.1590/S0103-84782002000100020.
  2. Melhoramento Genético dos Suínos. Disponível em: http://www.ufv.br/dbg/trab2002/MELHOR/MHR014.htm